Trans na Mídia: II
- tdeque1
- 18 de jan. de 2015
- 2 min de leitura

Na segunda postagem da série “Trans Na Mídia” o ponto em destaque que será aqui aprofundado será o enfoque desnecessário que a mídia dá a transgeneridade em detrimento do “ser” pessoa e até mesmo de seus feitos.
Como já apontado na primeira postagem da série, geralmente quando a pessoa protagonista da matéria é trans, isso fica bem exposto desde o título. É extremamente fácil achar notícias com títulos que contenham um “travesti fulana” ou “transexual cicrana”. Além de desnecessário, a impressão que se tem é de uma espécie de aviso, um “alarme” para o fato de a pessoa ser trans. Mais uma vez posso afirmar: Você não vai encontrar nenhuma matéria que contenha “Mulher Juliana fez isso” ou “Adriana, mulher cis, ganhou um prêmio ontem”.

Fonte: UOL

Fonte: Vagalume
Ainda assim, aqui se faz necessário um corte de classe. Quando uma mulher trans é rica, famosa ou influente (ainda que menos comum), ela é tratada de forma diferenciada. O termo travesti passa a ser utilizado apenas para as marginalizadas, geralmente em matérias de teor policial, acompanhado pelo nome de registro. Já o termo transexual só é usado para aquelas que alcançam um nível mais elevado, onde sua existência na sociedade passa a não poder ser evitado, como no exemplo da participação da Ariadna no programa Big Brother Brasil. Mas, ainda assim, o “alarme” é disparado. “Ariadna, transexual, que participou do BBB”.

Fonte: UOL
Porém, ainda que haja essa diferenciação, o mais comum é a frequente insistência no nome de registro. Fica o questionamento mais uma vez: A quem serve essa informação? Qual sua relevância na notícia? O fato de Maria um dia ter sido chamada de João faz diferença no projeto que ela desenvolveu? Essa segregação clara de que é e de quem não é trans beneficia a quem? Faz bem lembrar que cerca de 90% da população trans está em situação de prostituição.
Por uma mídia democrática e não cissexista! Por visibilidade trans!
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